Descante, Desgarrada, Desafio
Poetas Repentistas de Portugal, Espanha, Brasil e Marrocos
O FESTCORDEL – Festival Internacional do Verso Popular tem por objetivo restaurar em Portugal uma das tradições culturais mais antigas e genuínas da língua portuguesa, juntando, numa exibição de arte da palavra, alguns dos maiores poetas e repentistas populares da atualidade, de Portugal, Espanha, Brasil e Marrocos. Pretendendo assim sensibilizar as escolas, as universidades e o público em geral, para esta tradição perdida, da qual tivemos exímios executantes de norte a sul do país, alguns dos quais, como o Marques Sardinha, retratado desde 1929 na estação ferroviária de Avanca, viveram entre nós e encantaram o nosso povo que ainda recorda os seus nomes. O verso popular é uma arte do povo, cultura genuína da nossa gente e de todos quantos partilham a língua portuguesa pelos continentes do planeta.
PROGRAMA
Auditório do Centro Paroquial de Avanca
ENTRADA GRATUITA
Sexta-feira 2 de Março
10h00 : Pessoas da Terceira Idade e acompanhantes
14h30 : Alunos das Escolas, pais e professores
Sábado, 3 de Março
21h00 : Noitada de Desafio e Desgarradas
com a participação de
Augusto Canário e Cândido Miranda de Viana do Castelo, Portugal
Geraldo Amâncio e Jorge Macedo do Ceará, Brasil
Lupe Blanco e Alba Maria da Galiza, Espanha
Muhamed el Eich de Agmat, Marrocos
A Tradição das Cantigas ao Desafio
Os últimos grandes cantadores populares de Portugal, descendentes dos bardos e menestréis medievais, desapareceram na década de ’40 do século passado, entre muitos deles o António Aleixo de Loulé e o Marques Sardinha de Avanca. Deixaram poucos discípulos, alguns emigraram e levaram a arte do verso popular para os países de acolhimento. Uns regressaram, outros não. Um discípulo do Sardinha, José Joaquim Monteiro, do Bunheiro - Murtosa, andou por terras do Brasil e viveu cinquenta anos em Macau. Deixou uma obra volumosa, publicada recentemente. O mesmo aconteceu com dois discípulos algarvios do Aleixo, Manuel Pardal e Clementino Baeta. Mas nas escolas e nas universidades portuguesas, o tema da Literatura de Cordel, atualmente em processo de reconhecimento pela UNESCO como património da humanidade, nem sequer consta de qualquer programa. Há que dar a volta a esta vergonha.
Desde meados do século XIX que a arte do verso popular conheceu no nordeste do Brasil, a partir do estado da Paraíba, um extraordinário desenvolvimento: primeiro com a edição local de folhetos com temas da tradição oral europeia e depois com temas próprios do nordeste, histórias de vaqueiros, de bois e boiadas, de secas e desgraças, guerras, cangaço, devoções religiosas, histórias da política e da polícia, dramas pessoais… Quando em Portugal a arte desaparecia das ruas e dos arraiais, ela arrancava no Brasil para uma fantástica difusão, como entretenimento e educação de gerações de cidadãos. Os poetas populares brasileiros, cordelistas, repentistas e cantadores, merecem hoje o apreço dos letrados e eruditos e são acarinhados e aplaudidos por multidões nos arraiais populares. Vamos ouvi-los versejar e cantar, juntamente com que ficaram do lado de cá do oceano.
Este evento conta com o apoio dos Municípios da Murtosa, de Estarreja, de Albergaria-a-Velha e da Junta de Freguesia de Avanca e com a colaboração do Cine-Clube de Avanca.
FESTCORDEL
Festival Internacional do Verso Popular
de 21 fevereiro a 4 de março
festcordel@gmail.com
terça-feira, 27 de fevereiro de 2018
domingo, 4 de fevereiro de 2018
FESTIVAL DE CINEMA AVANCA 2018 NO BRASIL EM FEVEREIRO
Cinema português de curta metragem vai estar em exibição durante o mês de fevereiro no Brasil.
Numa organização conjunta do 22º Festival Internacional de Cinema AVANCA 2018 e do congenere brasileiro CURTA SE - Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, a exibição irá decorrer no histórico Cinema Vitória, no centro da cidade de Aracajú.
Constituída por filmes que foram exibidos relevantemente no Festival AVANCA, esta mostra é constituída por sete curtas-metragens de ficção, animação e documentário.
Dos filmes seleccionados, dois foram rodados durante o festival, no contexto único de produção criativa de filmes, que em julho de cada ano, sempre marca cada uma das edições deste festival de cinema da região de Aveiro (do Concelho de Estarreja).
Os filmes que irão estar em exibição na capital do estado brasileiro de Sergipe são:
“A festa do nosso menino São Gonçalinho” de Pablo Sant’Ana.
Este filme conta o conceito das festividades do São Gonçalinho celebrado em Aveiro. O filme aborda igualmente a festa em que se transformam as tradicionais cavacas que do alto da capelinha são atiradas pelos devotos. Este documentário foi menção especial no Festival de Avanca.
“Razão para zebras” de João Costa, é um percurso criativo à procura de um Igor Chamada, numa visão sobre a obra do realizador e o seu último projecto sobre “a felicidade”, concebido em vários países da Europa.
“Nocturna” de Pedro Farate, em breves minutos mescla uma potencial transgressão a um encontro sobrenatural numa escola deserta… e durante a noite. Sempre num silêncio cortante, numa atmosfera de suspense e mistério, termina com a vontade de confirmar um amor vivido, perdido e sofrido onde toda a viagem pelo interior daquela escola se revela, afinal, como os espaços comuns entre um jovem casal que se viu repentinamente separado.
O filme foi rodado na Escola Egas Moniz, onde desde 1997 decorrem os workshops que marcam cada edição do Festival AVANCA.
“Foi o Fio” de Patrícia Figueiredo, uma das animações portuguesas mais premiadas internacionalmente nos últimos anos.
Uma mulher novelo, uma velha mulher que passa os dias a olhar pela janela e uma vendedora de roupa caída dos estendais. Todas estão unidas por um fio. As três conduzem as acções de outras personagens e o inevitável destino de uma mulher com o marido às costas.
Também de animação, “Sendas” de Raquel Felgueiras, aborda uma zona de conflito que parece ser abordada pela primeira vez no cinema português. Como escapar e sobreviver a experiências traumáticas? Uma mulher e dois irmãos dão-nos narrativas paralelas das suas viagens emotivas e regenerantes…
“Deus providenciará” de Luís Porto, obra distinguida com o Prémio Estreia Mundial no AVANCA.
Maria vive sozinha no interior do país numa aldeia recôndita. É uma mulher de fortes convicções morais e religiosas. Sozinha e isolada não tem como justificar uma gravidez súbita e indesejada.
Na igreja, Maria encontra o seu consolo e combate a solidão, mas o seu refúgio é agora o seu calvário. O que falará mais alto: o medo da ostracização e do julgamento popular, o amor a Deus ou… o temor a Deus?
“Landing” de Filipe Martins. Caracteres metafóricos cruzam-se numa história contada através de gestos, corpo e lugares. Vida, do começo ao fim. E o grande conflito que atravessa esta rota é o pouso sempre incompleto: um desembarque que não será mais do que a chegada a um estado de coisas, uma imobilidade definitiva. “Landing” é um projeto híbrido entre o vídeo-dança e a narrativa ficcional, que teve a sua estreia no AVANCA, depois de ali ter sido rodado anteriormente.
Nesta seleção de filmes estão maioritáriamente obras que, tendo tido uma circulação internacional significativa, estiveram na Competição Avanca reservada a filmes que tiveram produção ou coprodução da região ou da organização do festival.
O AVANCA 2018, Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia, é uma organização do Cine-Clube de Avanca e Câmara Municipal de Estarreja com apoio do ICA / Ministério da Cultura, IPDJ, Região de Aveiro, FCT, Junta de Avanca, Paróquia e Escola Egas Moniz, entre diversas entidades locais.
Numa organização conjunta do 22º Festival Internacional de Cinema AVANCA 2018 e do congenere brasileiro CURTA SE - Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe, a exibição irá decorrer no histórico Cinema Vitória, no centro da cidade de Aracajú.
Constituída por filmes que foram exibidos relevantemente no Festival AVANCA, esta mostra é constituída por sete curtas-metragens de ficção, animação e documentário.
Dos filmes seleccionados, dois foram rodados durante o festival, no contexto único de produção criativa de filmes, que em julho de cada ano, sempre marca cada uma das edições deste festival de cinema da região de Aveiro (do Concelho de Estarreja).
Os filmes que irão estar em exibição na capital do estado brasileiro de Sergipe são:
“A festa do nosso menino São Gonçalinho” de Pablo Sant’Ana.
Este filme conta o conceito das festividades do São Gonçalinho celebrado em Aveiro. O filme aborda igualmente a festa em que se transformam as tradicionais cavacas que do alto da capelinha são atiradas pelos devotos. Este documentário foi menção especial no Festival de Avanca.
“Razão para zebras” de João Costa, é um percurso criativo à procura de um Igor Chamada, numa visão sobre a obra do realizador e o seu último projecto sobre “a felicidade”, concebido em vários países da Europa.
“Nocturna” de Pedro Farate, em breves minutos mescla uma potencial transgressão a um encontro sobrenatural numa escola deserta… e durante a noite. Sempre num silêncio cortante, numa atmosfera de suspense e mistério, termina com a vontade de confirmar um amor vivido, perdido e sofrido onde toda a viagem pelo interior daquela escola se revela, afinal, como os espaços comuns entre um jovem casal que se viu repentinamente separado.
O filme foi rodado na Escola Egas Moniz, onde desde 1997 decorrem os workshops que marcam cada edição do Festival AVANCA.
“Foi o Fio” de Patrícia Figueiredo, uma das animações portuguesas mais premiadas internacionalmente nos últimos anos.
Uma mulher novelo, uma velha mulher que passa os dias a olhar pela janela e uma vendedora de roupa caída dos estendais. Todas estão unidas por um fio. As três conduzem as acções de outras personagens e o inevitável destino de uma mulher com o marido às costas.
Também de animação, “Sendas” de Raquel Felgueiras, aborda uma zona de conflito que parece ser abordada pela primeira vez no cinema português. Como escapar e sobreviver a experiências traumáticas? Uma mulher e dois irmãos dão-nos narrativas paralelas das suas viagens emotivas e regenerantes…
“Deus providenciará” de Luís Porto, obra distinguida com o Prémio Estreia Mundial no AVANCA.
Maria vive sozinha no interior do país numa aldeia recôndita. É uma mulher de fortes convicções morais e religiosas. Sozinha e isolada não tem como justificar uma gravidez súbita e indesejada.
Na igreja, Maria encontra o seu consolo e combate a solidão, mas o seu refúgio é agora o seu calvário. O que falará mais alto: o medo da ostracização e do julgamento popular, o amor a Deus ou… o temor a Deus?
“Landing” de Filipe Martins. Caracteres metafóricos cruzam-se numa história contada através de gestos, corpo e lugares. Vida, do começo ao fim. E o grande conflito que atravessa esta rota é o pouso sempre incompleto: um desembarque que não será mais do que a chegada a um estado de coisas, uma imobilidade definitiva. “Landing” é um projeto híbrido entre o vídeo-dança e a narrativa ficcional, que teve a sua estreia no AVANCA, depois de ali ter sido rodado anteriormente.
Nesta seleção de filmes estão maioritáriamente obras que, tendo tido uma circulação internacional significativa, estiveram na Competição Avanca reservada a filmes que tiveram produção ou coprodução da região ou da organização do festival.
O AVANCA 2018, Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia, é uma organização do Cine-Clube de Avanca e Câmara Municipal de Estarreja com apoio do ICA / Ministério da Cultura, IPDJ, Região de Aveiro, FCT, Junta de Avanca, Paróquia e Escola Egas Moniz, entre diversas entidades locais.