quinta-feira, 20 de junho de 2024

"CHAPITEAU DE FILMES" UM LIVRO SOBRE OS FILMES DE AVANCA NA FEIRA DO LIVRO DE AVEIRO

No próximo sábado dia 22, pelas 15 horas, no Espaço do Autor (Mercado José Estevão) da Feira do Livro de Aveiro, António Costa Valente apresenta o livro “CHAPITEAU DE FILMES – os filmes de Avanca em viagem desde 2008”.

Editado pela debatEvolution, "Chapiteau de filmes" é uma obra dedicada ao fascinante percurso dos filmes de curta e longa-metragem produzidos em Avanca, e exibidos por todo o mundo. Este livro oferece uma visão temporal, arrolada ao blogue que o autor tem mantido, sobre a prolífica produção cinematográfica regional, destacando-se como um exemplo notável de como o talento e a criatividade podem florescer longe dos grandes centros urbanos.

Através de uma narrativa noticiosa e detalhada, os leitores são convidados a partir de viagem com os principais filmes nascidos em Avanca, explorando os momentos mais marcantes de cada produção. As apostas e os aplausos nos festivais internacionais, cada página celebra as conquistas e os prémios que sublinham a qualidade e a paixão dos cineastas que marcam a regionalização do cinema português.

"Chapiteau de filmes" não é apenas um tributo ao cinema, mas também uma reflexão sobre a itinerância cultural. Este é “Um livro impresso de forma inclinada, porque assim fica mais perto de também ele partir de viagem”.

Uma obra essencial para cinéfilos e amantes da cultura, que sublinha a importância do cinema regional e o impacto que este pode ter além-fronteiras.

António Costa Valente é dirigente do Cine Clube de Avanca e tem estado ligado à produção de imensos filmes. Dirige o Festival Internacional de Cinema AVANCA que no próximo mês de julho comemora a sua edição nº28. Doutorado em comunicação pela Universidade de Aveiro, onde lecionou durante anos, é agora professor na Universidade do Algarve. 

Esta obra foi publicada com o apoio da Direção Regional da Cultura do Centro e do CIAC – Centro de Investigação em Arte e Comunicação.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

TERÇA-FEIRA, OS FILMES DA REVOLUÇÃO CHEGAM AO TEATRO AVEIRENSE

 Um filme de Aveiro e 3 filmes recentemente restaurados pela Cinemateca Portuguesa marcam a próxima Terça-feira de Cinema no Teatro Aveirense.

A sessão, que se inicia às 21h30, é marcada pela exibição do filme “Derrame” de Manuel Paula Dias e Ernesto Barros.

Sendo um filme rodado nos tempos revolucionários de 1975 e terminado em 1977, integra imagens únicas do funeral do soldado que faleceu no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português. 

Em “Derrame” é possível assistir a alguns dos momentos mais revolucionários que a cidade de Aveiro viveu num tempo de mudança e revolução.

Os autores, dois cineastas do chamado “Grupo de Aveiro” que marcaram o cinema não-profissional português nos anos 60 e 70, têm uma significativa obra fílmica com forte presença da sua cidade.

Manuel Paula Dias vai estar a apresentar a sessão.

Tendo sida adiada a estreia da curta metragem “Experimenta Música”, a sessão é completada pela exibição dos 3 filmes que a Cinemateca Portuguesa recentemente restaurou e cuja exibição integra o tema “Cultura e Democracia” de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura.

As três curtas-metragens históricas são:

“Ano 1º - 1º de Maio” (1975),  uma realização e produção da chamada Unidade de Produção Cinematográfica Nº 1.

Um filme sobre a jornada do 1º de Maio de 1975, num Portugal novo e numa demonstração da organização da força popular e do MFA. A Unidade de Produção Cinematográfica Nº1 foi criada no interior do Instituto Português de Cinema, após o 25 de Abril, com vista à dinamização política tendo sido responsável por um conjunto de curtas metragens de âmbito documental.

“Cravos de Abril” (1976), é uma realização de Ricardo Costa. Um documentário que relata o seu tempo, desde as guerras coloniais, a ditadura de Salazar e, finalmente, o 25 de Abril de 1974, com a sua adesão popular e momentos consequentes, como a prisão dos agentes da polícia política da PIDE, a libertação dos prisioneiros políticos do Forte de Caxias, a chegada de Mário Soares e Álvaro Cunhal do exílio e o primeiro 1º de Maio em Lisboa. 

“Paredes Pintadas da Revolução Portuguesa” (1976), foi realizado pelo cineasta António Campos.

No seguimento da Revolução de 25 de Abril de 1974, as paredes e muros da cidade de Lisboa tornaram-se um meio para celebrar e  transmitir os ideais e palavras de ordem revolucionárias. O texto do pintor António Domingues exalta esta obra iniciada pela Célula dos  Artistas Plásticos do Partido Comunista Português. António Campos é um cineasta vindo do cinema não profissional e cuja obra é hoje especialmente reconhecida e estudada.

Um filme onde as pinturas murais do pós 25 de Abril, colocam o futuro em questão.

A exibição destes filmes são uma curadoria da Plano Obrigatório com o apoio do ICA e Cinemateca Portuguesa do Ministério da Cultura, para além do Município de Aveiro e do Teatro Aveirense.



quarta-feira, 5 de junho de 2024

QUARENTA FILMES DE ANIMAÇÃO DO CINE CLUBE DE AVANCA EM VIAGEM ATÉ ANNECY

São 40 filmes de animação que integram o conjunto de filmes que Paulo D’Alva e a sua equipa vão projetando em viagem numa carrinha até Annecy.

A primeira exibição decorreu esta terça-feira no centro de Avanca, tendo-se seguido projeções em Viseu e Pinhel, estando agora previstas novas exibições em Valladolid, San Sebastian, Bordéus e Lyon.

Nesta itinerância e exibição, vai acontecendo o Festival de Cinema de Animação ANIMA VAM ao ar livro, nas praças das cidades onde a carrinha vai passando.

“Route Annecy”, é um evento 101% movido a cinema de animação Português que percorre vários Países. A iniciativa, que reúne uma seleção de cento e um filmes nacionais, decorre entre 

os dias 3 e 15 de Junho e propõe 1753 quilómetros conduzidos pela ANIMA VAM, uma velha carrinha transformada pela produtora Amarela Mecânica.

De entre os filmes em exibição estarão obras do Artur Correia, o primeiro realizador português a ser premiado no Festival de Annecy.

O filme “O Conto do Vento” de Cláudio Jordão e Nelson Martins, obra finalista do festival de Annecy e uma das obras da animação portuguesa mais premiada no seu tempo, integra igualmente esta seleção de filmes. Também “Zé e o Pinguim” de Francisco Lança esteve na seleção de Annecy e participa agora nesta viagem.

O decano da animação portuguesa, o cineasta Manuel Matos Barbosa tem o seu filme “A ria, a água, o homem…” em exibição e o icónico filme de Vítor Lopes “Timor Loro Sae” está também presente.

De entre os 40 filmes do Cine Clube de Avanca que estão em exibição neste projeto, contam-se obras de cineastas como Ana Raquel Atalaia, André Marques, Carlos Cruz, Carlos Silva, Cláudio Sá, Clídio Nóbio, Fernando Madeira, Graça Gomes, Helena Caspurro, Joana Imaginário, João Oliveira, Moisés Rodrigues, Nuno Fragata, Patrícia Figueiredo,  Pedro Carvalho de Almeida, Raquel Felgueiras, Rui Nelson, Sérgio Nogueira, Xavier Almeida e do próprio Paulo D’Alva, cineasta nascido em Avanca e radicado em Braga.

Ao longo de duas semanas, três exploradores visuais celebram o cinema de animação Português e discutem o seu estado atual. Neste processo, procura-se discutir os ses e os porquês do cinema de animação português, criando em tempo real, durante o percurso, uma curta-metragem de animação sobre o tema. Exibem-se, simultaneamente, filmes portugueses em cada uma das cidades envolvidas, discutindo com o público, a natureza, os limites e as possibilidades das imagens em movimento e as próprias idiossincrasias das cidades participantes, nomeadamente aspetos relacionados com a densidade urbana, a periurbanidade, o isolamento, o transfronteiriço.

Paulo D’Alva, co-autor de Route Annecy, refere que “o principal foco da nossa iniciativa é garantir que a cinematografia de animação Portuguesa encontra espaço e tempo para ser conhecida e debatida em diferentes lugares e com diferentes audiências”.

Num ano em que Portugal é alvo da atenção de um dos maiores festivais de cinema de animação, o Festival de Annecy, provocatoriamente o projeto ROUTE ANNECY exibe cem filmes em espaços públicos e elabora um no caminho. 101 anos de cinema de animação Português, 101 frames no espaço público.

Route Annecy tem apoio do ICA, Ministério da Cultura.