A sessão, que se inicia às 21h30, é marcada pela exibição do filme “Derrame” de Manuel Paula Dias e Ernesto Barros.
Sendo um filme rodado nos tempos revolucionários de 1975 e terminado em 1977, integra imagens únicas do funeral do soldado que faleceu no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português.
Em “Derrame” é possível assistir a alguns dos momentos mais revolucionários que a cidade de Aveiro viveu num tempo de mudança e revolução.
Os autores, dois cineastas do chamado “Grupo de Aveiro” que marcaram o cinema não-profissional português nos anos 60 e 70, têm uma significativa obra fílmica com forte presença da sua cidade.
Manuel Paula Dias vai estar a apresentar a sessão.
Tendo sida adiada a estreia da curta metragem “Experimenta Música”, a sessão é completada pela exibição dos 3 filmes que a Cinemateca Portuguesa recentemente restaurou e cuja exibição integra o tema “Cultura e Democracia” de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura.As três curtas-metragens históricas são:
“Ano 1º - 1º de Maio” (1975), uma realização e produção da chamada Unidade de Produção Cinematográfica Nº 1.
Um filme sobre a jornada do 1º de Maio de 1975, num Portugal novo e numa demonstração da organização da força popular e do MFA. A Unidade de Produção Cinematográfica Nº1 foi criada no interior do Instituto Português de Cinema, após o 25 de Abril, com vista à dinamização política tendo sido responsável por um conjunto de curtas metragens de âmbito documental.“Cravos de Abril” (1976), é uma realização de Ricardo Costa. Um documentário que relata o seu tempo, desde as guerras coloniais, a ditadura de Salazar e, finalmente, o 25 de Abril de 1974, com a sua adesão popular e momentos consequentes, como a prisão dos agentes da polícia política da PIDE, a libertação dos prisioneiros políticos do Forte de Caxias, a chegada de Mário Soares e Álvaro Cunhal do exílio e o primeiro 1º de Maio em Lisboa.
“Paredes Pintadas da Revolução Portuguesa” (1976), foi realizado pelo cineasta António Campos.
No seguimento da Revolução de 25 de Abril de 1974, as paredes e muros da cidade de Lisboa tornaram-se um meio para celebrar e transmitir os ideais e palavras de ordem revolucionárias. O texto do pintor António Domingues exalta esta obra iniciada pela Célula dos Artistas Plásticos do Partido Comunista Português. António Campos é um cineasta vindo do cinema não profissional e cuja obra é hoje especialmente reconhecida e estudada.
Um filme onde as pinturas murais do pós 25 de Abril, colocam o futuro em questão.
A exibição destes filmes são uma curadoria da Plano Obrigatório com o apoio do ICA e Cinemateca Portuguesa do Ministério da Cultura, para além do Município de Aveiro e do Teatro Aveirense.
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