sexta-feira, 14 de junho de 2024

TERÇA-FEIRA, OS FILMES DA REVOLUÇÃO CHEGAM AO TEATRO AVEIRENSE

 Um filme de Aveiro e 3 filmes recentemente restaurados pela Cinemateca Portuguesa marcam a próxima Terça-feira de Cinema no Teatro Aveirense.

A sessão, que se inicia às 21h30, é marcada pela exibição do filme “Derrame” de Manuel Paula Dias e Ernesto Barros.

Sendo um filme rodado nos tempos revolucionários de 1975 e terminado em 1977, integra imagens únicas do funeral do soldado que faleceu no assalto à sede de Aveiro do Partido Comunista Português. 

Em “Derrame” é possível assistir a alguns dos momentos mais revolucionários que a cidade de Aveiro viveu num tempo de mudança e revolução.

Os autores, dois cineastas do chamado “Grupo de Aveiro” que marcaram o cinema não-profissional português nos anos 60 e 70, têm uma significativa obra fílmica com forte presença da sua cidade.

Manuel Paula Dias vai estar a apresentar a sessão.

Tendo sida adiada a estreia da curta metragem “Experimenta Música”, a sessão é completada pela exibição dos 3 filmes que a Cinemateca Portuguesa recentemente restaurou e cuja exibição integra o tema “Cultura e Democracia” de Aveiro 2024 – Capital Portuguesa da Cultura.

As três curtas-metragens históricas são:

“Ano 1º - 1º de Maio” (1975),  uma realização e produção da chamada Unidade de Produção Cinematográfica Nº 1.

Um filme sobre a jornada do 1º de Maio de 1975, num Portugal novo e numa demonstração da organização da força popular e do MFA. A Unidade de Produção Cinematográfica Nº1 foi criada no interior do Instituto Português de Cinema, após o 25 de Abril, com vista à dinamização política tendo sido responsável por um conjunto de curtas metragens de âmbito documental.

“Cravos de Abril” (1976), é uma realização de Ricardo Costa. Um documentário que relata o seu tempo, desde as guerras coloniais, a ditadura de Salazar e, finalmente, o 25 de Abril de 1974, com a sua adesão popular e momentos consequentes, como a prisão dos agentes da polícia política da PIDE, a libertação dos prisioneiros políticos do Forte de Caxias, a chegada de Mário Soares e Álvaro Cunhal do exílio e o primeiro 1º de Maio em Lisboa. 

“Paredes Pintadas da Revolução Portuguesa” (1976), foi realizado pelo cineasta António Campos.

No seguimento da Revolução de 25 de Abril de 1974, as paredes e muros da cidade de Lisboa tornaram-se um meio para celebrar e  transmitir os ideais e palavras de ordem revolucionárias. O texto do pintor António Domingues exalta esta obra iniciada pela Célula dos  Artistas Plásticos do Partido Comunista Português. António Campos é um cineasta vindo do cinema não profissional e cuja obra é hoje especialmente reconhecida e estudada.

Um filme onde as pinturas murais do pós 25 de Abril, colocam o futuro em questão.

A exibição destes filmes são uma curadoria da Plano Obrigatório com o apoio do ICA e Cinemateca Portuguesa do Ministério da Cultura, para além do Município de Aveiro e do Teatro Aveirense.



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