quinta-feira, 22 de março de 2018

FILMES DE AVANCA NOMEADOS PARA OS PRÉMIOS SOPHIA 2018 DO CINEMA PORTUGUÊS


3 filmes produzidos ou co-produzidos pelo Cine-Clube de Avanca, acabam de ser nomeados para os Prémios SOPHIA 2018, atribuídos pela Academia Portuguesa de Cinema.

Antes que a noite venha – Falas de Antígona”, realizado por Joaquim Pavão foi nomeado para o Prémio SOPHIA 2018 de melhor curta-metragem de ficção.

A língua” de Adriana Martins da Silva foi igualmente nomeado para o Prémio SOPHIA de melhor curta-metragem de ficção.

Por último, “Reis do Sertão” de Pablo António foi nomeado para o Prémio SOPHIA 2018 para a melhor curta-metragem documental do cinema português.

A cerimónia da entrega dos Prémios Sophia decorre na noite do próximo domingo 25 de março, no Casino Estoril, com transmissão em direto na RTP2.
Os prémios Sophia foram lançados em 2012, para distinguir os profissionais do cinema nacional pelos próprios pares. A Academia Portuguesa de Cinema foi fundada em 2011 e é a entidade que em Portugal nomeia, entre outros, o candidato português ao OSCAR do melhor filme estrangeiro.

Antes que a noite venha – Falas de Antígona” foi recentemente distinguido com o Prémio Melhor Direção de Fotografia nos Prémios AIP e é o resultado do desenvolvimento e rodagem no quadro dos “Creative Film Workshops / Oficinas de Criação Filmica” que têm vindo a acontecer todos os anos no Festival Internacional de Cinema AVANCA.
Joaquim Pavão é um conhecido guitarrista e compositor, com forte intervenção social que abraçou a realização cinematográfica com o premiado filme “Miragem”.

Antes que a Noite Venha / Falas de Antígona” transporta-nos à intimidade da mulher-heroína-irmã. A mulher que ousa desafiar um déspota, na defesa da lei suprema do amor revela-nos, talvez, os contornos do Estado Democrático. Até onde podemos ir, no poder? Qual é o ponto em que esse poder deixa de servir a democracia e começa a destruir o humano?

A Língua” fala-nos de duas mulheres. Ana é incapaz de partilhar intimidade física e conheceu recentemente Filipe, homem com quem quer investir numa relação. Laura, a sua psicoterapeuta, desafia-a continuamente a explorar sensações e enfrentar os seus medos. Entre as situações que os trabalhos de casa vão provocando, e que levam Ana quase ao limite, as suas histórias cruzam-se e ambas se transformam.

Adriana Martins da Silva é licenciada em Astrofísica e reside actualmente na Nova Zelândia.
Iniciou a formação no cinema na London Film Academy e a sua obra centra-se no “feminino” e na exploração das fronteiras emocionais das relações humanas.

Reis do Sertão” aborda o cantar dos reis no sertão em Macaubas no estado brasileiro da Bahia. Este documentário foi realizado por Pablo António que terminou o seu Mestrado recentemente na Universidade de Aveiro. Na altura, realizara o seu primeiro filme sob a orientação dos professores Conceição Lopes e António Costa Valente, debruçando-se sobre as festas aveirenses do São Gonçalinho.

Todos estes 3 filmes tiveram a sua estreia no último festival AVANCA 2017 e na sua totalidade têm participação da Filmógrafo e Cine-Clube de Avanca, e são produções independentes.

sábado, 10 de março de 2018

MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA EM CURTA-METRAGEM FOI PARA FILME PRODUZIDO NO AVANCA

Na gala da noite passada dos prémios da “AIP – Associação de Imagem Portuguesa”, o filme rodado durante o Festival de Cinema AVANCA, “Antes que a Noite Venha / Falas de Antígona” ganhou o Prémio Melhor Direção de Fotografia em Curta-metragem.

Sendo esta a segunda distinção que é atribuída a esta obra cinematográfica, “Antes que a Noite Venha / Falas de Antígona” é um filme de Joaquim Pavão, produzido pelo Cine-Clube de Avanca, Fugir do Medo e Filmógrafo, tendo tido a particularidade de ter sido rodado durante a 20ª edição do Festival Internacional de Cinema AVANCA, integrando o espaço “Creative Film Workshops / Oficinas de Criação Filmica” deste evento.

“Antes que a Noite Venha / Falas de Antígona” fala-nos de uma mulher que nos acompanha há vinte e cinco séculos, desde que Sófocles a apresentou à democracia ateniense, nas Grandes Dionisíacas.
Esta história imortal, na versão de Eduarda Dionísio, transporta-nos à intimidade da mulher-heroína-irmã. A mulher que ousa desafiar um déspota, na defesa da lei suprema do amor revela-nos, talvez, os contornos do Estado Democrático. Até onde podemos ir, no poder? Qual é o ponto em que esse poder deixa de servir a democracia e começa a destruir o humano?

Protagonizado pelos atores Isabel Fernandes Pinto, Rui Pena, Claudinei Garcia, este filme teve assistência de Sara Lemos, direção de arte de Ícaro Pintor e Gil Moreira, figurinos de Tucha Martins, caracterização de Victor Valente e Andreya Silva, som de Bruno Boaro e Xavier Marques, participação musical de Eduardo Baltar, Mónica Pais, Tiago Cassola,  participação de arte de Angela Saldanha, Suzana Nobre, na produção de Dalotino Nunes, Manuel Baptista, José Albino Baptista, Júlia Rocha, participação CFW de Pedro Gil, Mário Xavier Almeida, Paulo Calhau, Maria Isabel Mesquita, Luís Magalhau, Francisco Ávila e a performance no coro dos atores e bailarinos Afaia Dinoparlar, Angelo Castanheira, Bruna Herculano, Carolina Ferreira, Carolina Rodrigues, Daniela Cardoso, Inês Lopes, Isilda Mesquita, Ivan Pinho, Joana Madureira, Laure Givily, Lídia Roca Almor, Luciana Teixeira, Natália Costa, Paula Santos, Sandra Pereira e Susana Santos. Com produção de António Costa Valente, a montagem e a música são do realizador Joaquim Pavão.

Neste filme, José Oliveira é o diretor de fotografia agora premiado pela associação dos profissionais portugueses desta arte. Ganhou o prémio onde, para além dele, estavam nomeados Victor Carvalho com “Carga”, Guilherme Daniel cm “Depois do Silêncio”, Hugo Azevedo com “Farpões Baldios”, Marta Simões com “Flores”, Eberhard Schedl cm “Ico”, Rodrigo Albuquerque com “Iris”, Pedro Patrocínio com “Já Passou”, Fábio Guerreiro com “Muletas”, Hugo Azevedo com “Nyo Vweta Nafta”, Hernâni Duarte Maria com “O Discurso” e Lisa Persson com “O Turno da Noite”.

José Oliveira formou-se em fotografia na ESAP – Escola Superior Artística do Porto, fez várias formações, tendo nomeadamente passado pelos workshops do AVANCA. É diretor de fotografia, sobretudo na área do cinema publicitário.

Fundada em 1998, a AIP reúne em Portugal os diretores de fotografia do cinema português, atribuindo em cada ano os prémios aos melhores trabalhos cinematográficos do ano.  A Gala deste ano decorreu na Casa do Alentejo em Lisboa, que esgotou. A AIP integra a organização internacional IMAGO – European Federation of Cinematographers, tem publicado vários diretórios e organizado diversos workshops especializados com cineastas de renome como John Bailey ASC e Eduardo Serra AFC. Este último é membro honorário da AIP.

segunda-feira, 5 de março de 2018

ESTREIA DO FILME “UMA VIDA SUBLIME” COM PRÉMIO PARA O ATOR ERIC DA SILVA


Eric da Silva acaba de ser distinguido no 38º FANTASPORTO com o Prémio Melhor Ator da Semana dos Realizadores.

Protagonista do novo filme do realizador Luís Diogo, o ator interpreta em UMA VIDA SUBLIME a figura de um médico inesperado que parece recorrer a situações limite na procura da felicidade.

O “Doutor Ivan” encontrou duas curas radicais para a infelicidade: o diagnóstico de cancros terminais falsos e a eliminação temporária de alguns dos 5 sentidos. Mas as terapias resultarão, ou terão efeitos secundários imprevisíveis?

UMA VIDA SUBLIME é a segunda longa-metragem do realizador português LUÍS DIOGO, que também é autor do argumento original e co-produtor com António Costa Valente. É também a segunda vez que um protagonista dos filmes de Luís Diogo é premiado. Anteriormente a atriz Sara Barros Leitão foi premiada em São Paulo no Brasil pela sua interpretação no filme “Pecado Fatal”.

Eric da Silva nasceu nos estados Unidos mas mudou-se para Portugal aos 13 anos. Licenciou-se em Física na Universidade da Beira Interior onde iniciou a carreira de ator no grupo de teatro. Começou a carreira televisiva em Espanha, tendo regressado a Portugal onde participou em séries e novelas, como “A única mulher” ou “Ministério do tempo”.

No cinema, Eric da Silva tem em UMA VIDA SUBLIME a sua primeira participação enquanto protagonista, tendo anteriormente integrado o elenco de filmes como “Bad Investigate” de Luis Ismael, “O Pátio das Cantigas” de Leonel Vieira, “Las aventuras de Lily ojos de gato” de Yonay Boix e “Implacable” de Carlos García Campillo.

A longa-metragem UMA VIDA SUBLIME de Luís Diogo, produzida em parceria com o Cine-Clube de Avanca e a Filmógrafo recebe assim a sua primeira distinção na sua primeira participação num festival de cinema.

O filme foi filmado em Paços de Ferreira, Porto, Monte Córdova (S. Tirso), Castelo Branco e Avanca.

UMA VIDA SUBLIME está entretanto em competição no Festin 2018 e foi já seleccionado para 4 festivais nos EUA e Alemanha.
Será igualmente exibido no 22º AVANCA, Festival Internacional de Cinema que decorrerá na última semana de julho na localidade de mesmo nome do Concelho de Estarreja, e onde em 2016 decorreram parte significativa das filmagens desta longa metragem de ficção.

quinta-feira, 1 de março de 2018

PARTIU O CINEASTA ARTUR CORREIA, O DECANO DO CINEMA DE ANIMAÇÃO PORTUGUÊS


Nesta tarde deste primeiro dia de março de 2018, extinguiu-se uma longa, pioneira, criativa e muito produtiva vida, do decano do cinema de animação português, Artur Correia (1932 - 2018).

Cineasta e quase desenhador convulsivo, a sua vasta obra marca de forma indelével vários momentos da história do cinema de animação português.

Tendo-se iniciado na animação nos anos 60, logo em 1967 é distinguido no maior festival de cinema de animação do mundo.
Artur Correia foi o primeiro cineasta português distinguido em Annecy, onde o seu filme “O Melhor da Rua” ganhou o Prémio Melhor Filme Publicitário.
Tendo recebido variadíssimas distinções, nomeadamente no campo do cinema de animação publicitário. Os seus filmes foram laureados, entre outros, com prémios em Veneza, Cannes, Hollywood, Bilbau, Nova York (1968 e 1969), Argentina (1970), Tomar (1981) e Lugano (1983).

Em 1970 realiza “Eu Quero a Lua” que parece ser o primeiro filme português de desenho animado destinado ao grande público.

Tendo fundado a Topefilme com, entre outros, Ricardo Neto, ali iniciou uma ímpar atividade produtiva na animação. A Topefilme veio a ser o primeiro estúdio português de animação a trabalhar numa grande série internacional de animação. “Jackson Five” permitiu a Artur Correia dirigir a animação de um dos filmes desta série produzida para os estúdios de Robert Balser (1972).

A primeira série portuguesa de animação viria a surgir com Artur Correia em 1988. “O Romance da Raposa”, uma marcante adaptação do romance de Aquilino Ribeiro, transformou-se rapidamente num dos maiores sucessos da nossa indústria audiovisual.

Pleno de humor, Artur Correia aliava o seu trabalho na animação com a autoria de ilustrações e de vários álbuns de banda desenhada. Entre eles, a obra de vulto “História Alegre de Portugal” e “SUPER-HERÓIS da História de Portugal”, que foi Prémio Melhor Álbum no AMADORA 2005.
Em 2011 recebeu Prémio de Honra neste Festival de Banda Desenhada da Amadora, certame em que marcou presença desde o seu início.

Mais tarde, volta a ser pioneiro com a realização da série de animação “História a Passo de Cágado”, produzida nos estúdios de animação do Cine-Clube de Avanca. Esta obra foi a primeira série europeia de animação a ser exibida em telemóveis. Aconteceu na edição de 2004 no Festival Internacional de Cinema AVANCA.

Ainda em Avanca viria a realizar a sua derradeira película, uma adaptação do Romanceiro de Almeida Garrett. “A Nau Catrineta” (2012), foi exibida em Zlin, na República Checa (o mais importante festival de cinema para a infância), mas também em competições em Espanha, EUA, França, Grécia, Irão, Itália, Sérvia e Brasil (Prémio Melhor Animação no “Curta Amazônia”). Em Portugal foi exibido no Fantasporto, Avanca, Monstra, Fike e CineCôa, entre outros, tendo sido o filme de encerramento do Cinanima 2012.

Homenageado pelo CINANIMA em 1993 e de novo na última edição em 2017, foi varias vezes júri e presença constante, acompanhando de perto o crescimento deste evento. Tendo sido igualmente homenageado pela CARTOON PORTUGAL, Artur Correia foi distinguido há poucos dias pela Academia Portuguesa de Cinema com o Prémio Carreira SOPHIA 2018.

Artur Correia deixa-nos uma semana após o desaparecimento de outro cineasta que também ele marcou a história do nosso cinema de animação, Servais Tiago (1925 - 2018). Concorrentes e amigos, ambos foram construtores de páginas fundamentais do nosso cinema de animação.