terça-feira, 13 de dezembro de 2016

MARROCOS HOMENAGEIA OS 40 ANOS DE CARREIRA CINEMATOGRÁFICA DO REALIZADOR PORTUGUÊS LUÍS FILIPE ROCHA

O cineasta Luís Filipe Rocha vai ser homenageado pelo 16º Festival Internacional de Cinema de Martil, na cidade de mesmo nome desta bastante popular estância balnear da costa mediterrânica do norte de Marrocos.

Neste evento que irá decorrer entre 16 e 21 do corrente mês de dezembro, com a presença do cineasta português que ali também deverá apresentar o seu último filme “O Cinzento e Negro”(2015), obra filmada nos Açores.

Luís Filipe Rocha, sendo um dos mais destacados cineastas do cinema português, iniciou a sua relação com o cinema no ano da revolução de 1974 e realizou os seus primeiros filmes em 1976.

Comemorando este ano 40 anos de carreira cinematográfica, os seus primeiros filmes foram “Barronhos Quem teve medo do poder popular?” (1976), um documentário que faz a reconstituição de um crime num bairro de lata, e a longa-metragem de ficção “A Fuga” (1976), baseada numa célebre fuga de presos políticos ocorrida no Forte de Peniche.

Nascido em Lisboa em 1947, licenciado em Direito (1971), é na Universidade de Lisboa que experimenta o teatro, tendo sido ator também no filme “O Recado” (1971) de José Fonseca e Costa.
Tendo passado por  Moçambique e Brasil, onde trabalhou com Izaías Almada, seria em Portugal que veio a construir toda a sua carreira.

Em 1980 realiza “Cerromaior”, a adaptação do romance homónimo de Manuel da Fonseca, onde recria o ambiente repressivo do Estado Novo no imenso espaço do Alentejo.
Interessado pela obra de Jorge de Sena, dedica dois anos (1982-1984) à preparação de “Sinais de Vida”, uma viagem pelos temas da obra do autor, nas áreas da poesia, da ficção e do teatro.
Em 1992, em Macau, roda “Amor e Dedinhos de Pé”. Filme  que em 1900 percorre os fabulosos salões da Cidade Cristã, mas também as sórdidas vielas do Bairro Chinês.
Regressa a Jorge de Sena e em 1995 filma “Sinais de Fogo”, uma adaptação da obra original do escritor.
Em 1996 realizou “Adeus, Pai”, o seu maior êxito de bilheteira.
A relação entre pai e filho adolescente é o tema desta película rodada no arquipélago dos Açores.
“Camarate” (2000), foi seu filme de maior impacto junto do público. Tendo por base o processo jurídico relativo ao acidente de aviação que vitimou o primeiro-ministro Sá Carneiro e o ministro da Defesa Amaro da Costa e seus acompanhantes, aquando da campanha presidencial de 1980.
Em 2003, “A Passagem da Noite”, conquistou o prémio de melhor filme nos festivais de Olímpia (Grécia) e Valência (Espanha).
“A Outra Margem” (2006), conta a história de um transformista e de um adolescente com Síndrome de Down. Ambos os protagonistas do filme foram distinguidos com o Prémio Melhor Ator no Festival de Montreal de 2007.

O festival de Cinema de Martil faz parte da “Plataforma dos 3 Continentes” que tem em Portugal a pareceria do Festival Internacional de Cinema AVANCA. António Costa Valente, diretor deste festival irá estar igualmente em Marrocos como membro do Júri internacional deste evento.

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