O filme “A Caça” de Manoel de
Oliveira abre na próxima terça-feira dia 29 de outubro, pelas
21.30h no Teatro Aveirense, o novo ciclo FITAS NA RIA, com que se
inicia um programa cultural centrado na Ria de Aveiro.
Promovido pelo grupo 'uariadeaveiro' em
conjunto com o Cine Clube de Avanca, o Teatro Aveirense e a Plano
Obrigatório, este evento promove um olhar sobre a Ria através do
cinema que desde o final dos anos 50 ali tem vindo a ser produzido.
De modo a recentrar o olhar da região
e dos seus vários agentes e da população para a Ria de Aveiro,
este ciclo é constituído por obras filmadas na Ria por autores
portugueses, como o consagrado Manoel de Oliveira, Alfredo Tropa,
Manuel Matos Barbosa, Manuel Paula Dias ou Vasco Branco.
“A Caça”, uma curta-metragem de
Manoel de Oliveira que obteve uma Menção Especial do Júri da
Federação Internacional de Cine-Clubes, em Toulon, é a primeira
obra a ser exibida.
Rodado na parte sul da Ria, é a
paisagem de Vagos que mais está presente nesta curta-metragem que se
desenrola à volta de dois amigos que resolvem ir à caça sem
espingarda. Caindo um deles num pântano, o outro vai à procura de
auxílio, trazendo atrás de si uma cadeia humana que parece tentar
salvar a vítima.
Depois da sessão haverá debate com os
académicos António Preto e Anabela Oliveira, especialistas na obra
do mestre e na cinematografia da Ria.
Na segunda sessão, a 19 de novembro,
passa “A Ria, a Água, o Homem…”, curta-metragem de animação
de Manuel Matos Barbosa, distinguido entre outros com o 1º Prémio
na 7ª Athems Animfest 2012, criado com textos de Raúl Brandão e
produzido pelo Filmógrafo e pelo Cine-Clube de Avanca, e ainda
“Bárbara”, de Alfredo Tropa. Este terá sido o primeiro filme de longa-metragem a
cores e em 35 mm produzido pela RTP. No final decorre uma intervenção
e conversa com Matos Barbosa.
A sessão de 10 de dezembro é dedicada
a cineastas e fundadores do antigo Cine Clube de Aveiro, nomeadamente
a Vasco Branco e Manuel Paula Dias. Do artista plástico, escritor e
multipremiado cineasta Vasco Branco, serão exibidos “Gente
Trigueira”, “Espelho da Cidade” – obra que mereceu Menção
Especial do Júri do Festival de Cannes do cinema Independente em
1963 e que motivou o convite ao cineasta para fazer parte do júri de
Cannes no ano seguinte – e “O Menino e o Caranguejo”. Na mesma
sessão passa ainda “Sal duro sal” de Manuel Paula Dias. O
debate, no final, será com Rosa Alice Branco, Vasco Afonso Branco e
Manuel Paula Dias.
Na última sessão, em data a anunciar,
será exibido “Numa Maré de Moliço”, de Alfredo Tropa,
produzido em 1966, seguido de uma intervenção proferida pelo
realizador e diálogo com a assistência.
O ciclo “Fitas na Ria” será uma
das vertentes para “ver a Ria através da cultura”, afirma Teresa
Fidélis, professora do Departamento de Ambiente e Ordenamento da
Universidade de Aveiro e coordenadora do grupo 'uariadeaveiro',
referindo ainda outras iniciativas previstas nas áreas da
arquitetura, da construção naval e da cerâmica, entre outras.
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