sexta-feira, 25 de outubro de 2013

FILME “A CAÇA” DE MANOEL DE OLIVEIRA ABRE “FITAS NA RIA”

O filme “A Caça” de Manoel de Oliveira abre na próxima terça-feira dia 29 de outubro, pelas 21.30h no Teatro Aveirense, o novo ciclo FITAS NA RIA, com que se inicia um programa cultural centrado na Ria de Aveiro.
Promovido pelo grupo 'uariadeaveiro' em conjunto com o Cine Clube de Avanca, o Teatro Aveirense e a Plano Obrigatório, este evento promove um olhar sobre a Ria através do cinema que desde o final dos anos 50 ali tem vindo a ser produzido.
De modo a recentrar o olhar da região e dos seus vários agentes e da população para a Ria de Aveiro, este ciclo é constituído por obras filmadas na Ria por autores portugueses, como o consagrado Manoel de Oliveira, Alfredo Tropa, Manuel Matos Barbosa, Manuel Paula Dias ou Vasco Branco.

“A Caça”, uma curta-metragem de Manoel de Oliveira que obteve uma Menção Especial do Júri da Federação Internacional de Cine-Clubes, em Toulon, é a primeira obra a ser exibida.
Rodado na parte sul da Ria, é a paisagem de Vagos que mais está presente nesta curta-metragem que se desenrola à volta de dois amigos que resolvem ir à caça sem espingarda. Caindo um deles num pântano, o outro vai à procura de auxílio, trazendo atrás de si uma cadeia humana que parece tentar salvar a vítima.
Depois da sessão haverá debate com os académicos António Preto e Anabela Oliveira, especialistas na obra do mestre e na cinematografia da Ria.

Na segunda sessão, a 19 de novembro, passa “A Ria, a Água, o Homem…”, curta-metragem de animação de Manuel Matos Barbosa, distinguido entre outros com o 1º Prémio na 7ª Athems Animfest 2012, criado com textos de Raúl Brandão e produzido pelo Filmógrafo e pelo Cine-Clube de Avanca, e ainda “Bárbara”, de Alfredo Tropa. Este terá sido o primeiro filme de longa-metragem a cores e em 35 mm produzido pela RTP. No final decorre uma intervenção e conversa com Matos Barbosa.

A sessão de 10 de dezembro é dedicada a cineastas e fundadores do antigo Cine Clube de Aveiro, nomeadamente a Vasco Branco e Manuel Paula Dias. Do artista plástico, escritor e multipremiado cineasta Vasco Branco, serão exibidos “Gente Trigueira”, “Espelho da Cidade” – obra que mereceu Menção Especial do Júri do Festival de Cannes do cinema Independente em 1963 e que motivou o convite ao cineasta para fazer parte do júri de Cannes no ano seguinte – e “O Menino e o Caranguejo”. Na mesma sessão passa ainda “Sal duro sal” de Manuel Paula Dias. O debate, no final, será com Rosa Alice Branco, Vasco Afonso Branco e Manuel Paula Dias.

Na última sessão, em data a anunciar, será exibido “Numa Maré de Moliço”, de Alfredo Tropa, produzido em 1966, seguido de uma intervenção proferida pelo realizador e diálogo com a assistência.


O ciclo “Fitas na Ria” será uma das vertentes para “ver a Ria através da cultura”, afirma Teresa Fidélis, professora do Departamento de Ambiente e Ordenamento da Universidade de Aveiro e coordenadora do grupo 'uariadeaveiro', referindo ainda outras iniciativas previstas nas áreas da arquitetura, da construção naval e da cerâmica, entre outras.

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