quinta-feira, 25 de junho de 2015

FILME “LUZ CLARA” PREMIADO NA ÁUSTRIA

A curta-metragem “Luz Clara” de Miguel Lima, Vasco Vieira acaba de receber uma distinção no “43rd Festival of Nations” que decorreu em Lenzing na região Upper do norte da Áustria.
Miguel Lima recebeu o "Lenzing Award", depois de se ter deslocado à Áustria a convite da organização.

“Luz Clara” teve a sua estreia no AVANCA 2014 e foi este ano um dos finalistas do Prémio SOPHIA para o melhor documentário de curta-metragem do cinema português.
Rodado em Aveiro, Sever do Vouga e Alentejo, este documentário aborda a história do fotógrafo José Cruz, que com 20 anos de carreira, decidiu mudar de vida e dedicar-se a tempo inteiro à fotografia de recém nascidos. O sucesso das suas imagens deram-lhe o prémio “MQEP pela European Federation of Photographers (2012)”, entre outras distinções. Um percurso que se traduz numa história envolvente de imagens que respiram amor.
Com argumento de Ana Delgado Martins, música de Jorge Loura, Joel Oliveira e Xavier Marques, voz de Marcos Fernandes, este filme contou com o apoio do Cine-Clube de Avanca e é uma produção de Miguel Lima e Vasco Vieira.

Miguel Lima, natural de Ílhavo, licenciou-se em Comunicação Multimédia na UTAD – Universidade de Trás-os Montes e Alto Douro e concluiu Mestrado na mesma área na Universidade de Aveiro.
Vasco Vieira viveu a sua infância no Algarve e licenciou-se em Novas Tecnologias da Comunicação na Universidade de Aveiro.
“Luz Clara” é o segundo filme que ambos realizam, anteriormente tinham realizado uma outra curta-metragem intitulada “Quarenta e Oito Dezassete”.


Miguel Lima está agora na cidade de Sassari na ilha italiana da Sardenha, a convite da organização do Sardinia Film Festival, onde o filme “Luz Clara” foi seleccionado. Neste festival também estará em competição uma outra curta-metragem portuguesa “A cadeira”, trata-se de um filme de animação realizado por um coletivo de jovens e produzido pelo Cine-Clube de Avanca.


Ainda no mês de junho “Luz Clara” será exibido no “11th International Short Film Festival Detmold” na Alemanha. Neste festival é o único filme português em competição, sendo igualmente exibido numa secção especial o filme produzido pela Filmógrafo e Cine-Clube de Avanca “Foi o Fio” de Patrícia Figueiredo.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

FILME “NÓS NA RUA” EM ESTREIA NAS SALAS DE CINEMA

Chega esta quinta-feira às salas de cinema o documentário “Nós na Rua” do cineasta Luís Margalhau.

No Cinema City Alvalade, a estreia será marcada pela presença de alguns dos protagonistas do filme que, momentaneamente deixarão a rua para surgirem no ecrã e na sala do cinema.

“Nós na Rua” é um filme que acompanha quatro músicos e um bailarino de samba tradicional que ocupam a baixa pombalina da cidade de Lisboa para fazer dela o seu palco.

No filme conhecemos Christian Grosselfinger, um músico brasileiro que veio para Portugal estudar violoncelo. O seu percurso como músico de rua iniciou-se em Viena quando conheceu uma violinista que vivia de tocar na rua. Para ele, tocar na rua é um sentimento de liberdade.
Tony Banza é de Setúbal. Em 1979 saiu de sua casa no Alentejo e foi de férias ao Algarve, levou a sua viola, experimentou colocar o saco no chão e começou a receber umas moedas. Motivado por essa experiência chegou a ir à televisão e tentou ser cantor profissional, o que não chegou acontecer. Toca na rua à 32 anos.
Ananda Kríshna Roosli, de nacionalidade Suíça, é licenciado em música. Tendo sido professor de música no seu país, toca instrumentos pouco habituais como o Didjeridu, Hang Drum e o Shrutibox. Sendo um viajante do mundo, tem como filosofia de vida tocar na rua para distribuir boa energia e força positiva, onde cada uma das suas musicas é uma viagem espiritual.
Bernat Rebés Ruiz é de Barcelona e toca violino desde os 5 anos. Fez parte de uma orquestra sinfónica durante 10 anos. Em 2010, termina a licenciatura de Musicologia e inicia um sonho antigo: fazer uma viagem a pé sem data de regresso, caminhando de Barcelona, por um caminho que atravessa todos os Pirinéus até ao Pais Basco. Foram 2000 Km a pé. Já em Portugal, experimentou tocar na rua, mas os dois primeiros dias foram difíceis.
Joel Oliveira é Brasileiro e bailarino de Samba. Em abril de 2010 chegou a Portugal para ministrar oficinas teatrais, encantou-se por Lisboa e foi ficando. Diz que gosta de estar na rua porque é uma boa maneira de conviver com as pessoas, de compartilhar o seu trabalho e distribuir sorrisos. Diz que a rua é uma escola e a sua profissão.

Produzido pela Margas filmes em co-produção com o Cine-Clube de Avanca e a Filmógrafo, este é o último filme do realizador Luís Margalhau. Estreado e premiado no Festival de cinema AVANCA, seleccionado em vários festivais internacionais, foi igualmente premiado no Curta Amazônia (Brasil).

Luís Margalhau, nasceu na Figueira da Foz em 1969, estudou Comunicação Audiovisual e tem desenvolvido a sua actividade profissional como operador de câmera, editor e realizador de documentários de autor.
Tendo passado pelas equipas de televisão de várias produtoras e da Universidade de Aveiro, entre 2003 e 2005 na Guiné Bissau, foi formador na área de imagem e edição na Televisão Comunitária, TV Kélele e Tv Bagunda.
Em 2007 realizou 4 documentários para a Casa da Música, iniciando uma relação de especial presença da música na sua obra.

Em complemente será exibida uma das mais emblemáticas obras do cinema de animação português “Timor Loro Sae” que Vítor Lopes realizou em 2004 num processo paralelo ao desenrolar dos acontecimentos em Timor.

Para além do Cinema City Alvalade, o filme estreia no Cinema Dolce Vita de Ovar e no Teatro Ribeiragrandense nos Açores. Outras exibições estão previstas em salas de todo o país.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

JOVENS APRENDEM A FAZER CINEMA NO FESTIVAL “AVANCA 2015”

CINENTERTAINMENT 4, um espaço dos 6 aos 17 anos

Desenvolver uma história e concretizar um filme é o desafio que jovens de várias idades vão encontrar este ano no Festival de Cinema AVANCA 2015.
Pelo quarto ano consecutivo a organização do festival preparou um espaço destinado aos mais jovens.

Durante os dias 22 a 26 de julho, enquanto os adultos assistem ás competições de filmes vindos de todos os continentes, enquanto participam em conferências e em workshops profissionais, os mais jovens têm o seu espaço.

São jovens que acompanham os pais na deslocação ao AVANCA, mas também são os jovens da região com vontade de experimentar a arte de fazer um filme.

Dois grupos de jovens cineastas, um com idades entre os 6 e os 12 e outro grupo com idades entre os 13 e os 17 anos, aprendem e experimentam fazer um filme com a equipa da Pantopeia.
A história, o storyboard, o guião, a localização, os técnicos, os atores... tudo isso durante 3 dias intensivos para sentirem o ambiente e o trabalho de uma equipa da produção fílmica!

As crianças e jovens que vão experimentar filmar na paisagem de Avanca, darão aqui em muitos casos, os seus primeiros passos no cinema de animação ou na realização de cinema de ficção.

O que é o cinema, como é feito e quem o faz, são algumas das premissas para 3 dias a usar uma câmara vídeo e explorar a animação imagem-a-imagem.

A equipa da PANTOPEIA, dirigida por Ivo Prata e constituída por atores, videastas, animadores e sobretudo por “arte-educadores”, têm criado sucessivos projectos que envolvem a criatividade, os mais novos e a criação artística em processo pedagógico.
São formadores e monitores que conhecem bem o AVANCA, têm uma sólida experiência e são a garantia de uma dinâmica construtiva e estimulante.
Os futuros cineastas têm assim um espaço especialmente desenhado para eles, onde podem experimentar filmar e animar.


As inscrições estão já disponíveis na página do festival (www.avanca.com), onde bastará procurar a ficha de inscrição em “cinentertainment 4”.

sábado, 20 de junho de 2015

DESAPARECEU FERNANDO MATEUS, UM HOMEM DO CINEMA

Fernando Mateus terá um último adeus este sábado, no início da tarde, no Cemitério de Rio de Mouros em Sintra.

Figura tutelar de várias gerações, foi presença constante na grande maioria dos festivais portugueses de cinema e testemunha interventiva nas mudanças do cinema português das últimas décadas.

Jornalista e crítico de cinema, com profuso trabalho publicado em diversas suportes, foi na web e na rádio onde durante mais tempo teve uma forte presença. Em 1994 criou o site “FM-Media.net” acompanhando os filmes, os acontecimentos e os festivais que foram dando vida ao cinema em Portugal. De forma inédita, fundou e dirigiu o programa de rádio semanal “Grande Écran”, difundido por dezasseis estações de rádio, cobrindo cerca de 80% do país e só interrompido por razões de saúde, na edição 516. Nos últimos anos dirigiu e programou o canal de televisão ‘Grande Écran TV’, exclusivamente dedicado ao cinema.

O Festival de Cinema AVANCA atribuiu-lhe o Prémio Amizade, recebeu-o como membro de júri e em 1999, no workshop “Filmar a Natureza”, Fernando Mateus coordenou os trabalhos propostos pelo realizador alemão Jan Arnold.

Foi nos festivais de cinema que Mateus parece ter estado mais presente. De alguma forma parece ter sido no antigo Festival de Cinema da Figueira da Foz que iniciou a sua actividade de programação, apresentação e desenvolvimento de projetos ligados à formação e literacia fílmica. Foi um dos principais apoios do Dr. José Vieira Marques na direcção deste mítico festival.

Tendo leccionado no Curso de Cinema da Universidade Moderna, foi autor do livro “A linguagem do cinema de animação” editado em 2004 pelo Centro Nacional de Banda Desenhada e Imagem (CNBDI), Amadora.

Na área de cinema, colaborou em diversas publicações, nomeadamente nos jornais “24 Horas”, “Jornal de Sintra”, “Diário das Beiras”, “Diário do Sul”, “Sintra Ilustrado”, “Boletim 921”, “Correio da Cidade” e a “Revista de Cinema” da FPCC. De forma constante, fez a cobertura jornalística de mais de uma dezena de festivais no nosso país e alguns no estrangeiro, casos de San Sebastián (Espanha) e Gramado (Brasil).

Tendo frequentado o curso de Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior Técnico, seria o cinema a ocupar o resto de toda a sua vida.
Em 1969 foi membro da Direcção do “NCI - Núcleo de Cineastas Independentes”, onde dirigiu diversos filmes em múltiplos suportes. O vídeo viria a ocupar uma boa parte do seu tempo, tendo desenvolvido uma crescente actividade como produtor de obras documentais.

De espírito livre, de humor sempre presente e uma jovialidade natural, Fernando Mateus viveu longos anos numa tenaz luta contra a doença que agora o terá vencido.

Ao cinema português irá faltar esta presença constante, este apoio sempre presente, esta voz crítica e sobretudo dialogante.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

11 ANOS DEPOIS “TIMOR LORO SAE” CHEGA ÀS SALAS DE CINEMA

Um dos mais emblemáticos filmes do cinema de animação português, chega este mês às salas de cinema comercial.
Com estreia prevista para a quinta-feira dia 25 de junho, este filme irá anteceder e acompanhar a longa-metragem NÓS NA RUA.

TIMOR LORO SAE realizado em 2004 pelo cineasta Vítor Lopes, foi desenvolvido num processo paralelo ao desenrolar dos acontecimentos em Timor.
O filme inicia-se com o massacre do cemitério de Santa Cruz e ao longo de 12 minutos cruza lendas e factos de 500 anos de colonialismo e 26 anos da feroz ocupação pela Indonésia.

Estreado em Portugal no Festival de Cinema de AVANCA 2004, este filme teve uma forte repercussão internacional.
Distinguido em Tessalonica, mas também em Itália, Paquistão e Portugal, TIMOR LORO SAE foi seleccionado em mais de 40 festivais de países como a Alemanha, Brasil, China, Eslovénia, Espanha, EUA, França, Grécia, Indonésia, Irão, Itália, Luxemburgo, México, Paquistão, Portugal, Rep. Checa, Singapura, Síria, Taiwan, Tunísia, Turquia e Ucrânia.
Na Indonésia a censura local acabou por retirar este filme à última hora da competição do festival.

TIMOR LORO SAE foi já exibido por diversas vezes em Timor.

Vitor Lopes, sendo o autor do projeto enquanto argumento, criação gráfica, animação e realização, contou com a equipa do estúdio de animação do Cine-Clube de Avanca e foi produzido por António Costa Valente.
Com direcção de som de Fernando Augusto Rocha, esta animação conta com música tradicional timorense, mas também inclui obras musicais de Eurico Carrapatoso, Eugénio Amorim, João Pedro Oliveira e UNU.
Neste filme trabalharam os animadores Ana Ruela, António Almeida, Carla Freire, Carlos Silva, Joana Sousa, João Paulo Dias, Nuno Sarabando, Rui Carvalho e Susana Vasconcelos.

Vitor Lopes é um dos autores e realizadores de ATÉ AO TECTO DO MUNDO, a primeira longa-metragem do cinema de animação portuguesa. É também autor de vários projetos de séries e curtas-metragens de animação, tendo sido várias vezes premiado em competições internacionais.

O filme TIMOR LORO SAE terá estreia comum com NÓS NA RUA no Cinema City Alvalade em Lisboa, no Cinema Dolce Vita em Ovar, Teatro Ribeiragrandense nos Açores e posteriormente em salas de todo o país.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

FALECEU MARIA JOSÉ SILVA, UMA CINEASTA ÍMPAR DA CULTURA PORTUGUESA

Natural da Freguesia da Junqueira no concelho de Vila do Conde, onde nasceu a 3 de Agosto de 1937, Maria José Silva faleceu este domingo no Porto.

Figura inesperada da cultura portuguesa, ela foi realizadora, escritora, actriz e cantora. Viveu no Porto onde fez cinema amador durante mais de 20 anos.

A cineasta Leonor Areal recorda-a como “uma força na natureza - no sentido em que é da natureza humana fazer arte. Maria José era uma artista nata, uma mulher que - sem olhar a circunstâncias adversas - tinha a necessidade de expressar artisticamente - e plenamente - através de todas as artes ao seu alcance: as letras, a música, o cinema.
Fazia o seu cinema, com meios amadores talvez, mas com grande autenticidade, com enorme convicção, quase por obrigação de revelar o mundo em que vivia - e a cultura em que nascera. Era uma mulher cheia de amor ao mundo e aos seus semelhantes. E esse amor - e as suas penas - eram o cerne da sua existência e da sua arte.”

Figura popular do norte e conhecida de muitos programas de televisão, geriu com o marido uma conhecida queijaria portuense na Rua de Santo Ildefonso. Já editava discos e livros de poesia, quando se iniciou no cinema. Realizados com a colaboração dos filhos e dos amigos, de entre os seus filmes destacamos: "Os velhos não são trapos", "A rosa da felicidade", "Amor sem recompensa", "A vida sem amor não presta", "Aconteceu no Natal", "O meu santo preferido" e "O palheiro".

"Mulheres traídas", o seu último filme, é uma história de infidelidades contada na voz feminina.
O realizador Miguel Marques acompanhou de perto a rodagem, filmando e reflectindo sobre como a ficção se faz espelho de uma realidade social.
Diz Miguel Marques: "A morte da Maria José Silva apanhou-me de surpresa. Ter acompanhado os mais de 6 meses de rodagem do seu filme Mulheres Traídas sempre me fez sentir um privilegiado. Nunca me senti estranho, como poderia senti-lo quando era a sua generosidade que mediava todas as relações. Maria José Silva usava o cinema como ferramenta para trabalhar os seus conflitos, e quem colaborava nos seus filmes fazia parte de uma trama muito maior, não eram apenas participantes, mas também agentes transformadores de uma realidade."

Este cineasta, com a participação de Leonor Areal e do Cine-Clube de Avanca, viria a realizar o filme “Mulheres Traídas [making of]” que tendo sido exibido nos festivais de cinema DocLisboa e AVANCA, viria a ser distinguido com o Prémio Melhor Documentário nos Caminhos do Cinema Português em Coimbra.

“Mulheres Traídas [making of]” tinha já prevista a sua estreia este ano nas salas de cinema, pela mão da distribuidora Filmógrafo.