quarta-feira, 30 de setembro de 2020

AZEMÉIS FILM FESTIVAL JUNTA NO ECRÃ O MELHOR DO CINEMA PREMIADO EM PORTUGAL


“O Festival dos festivais” é uma organização inédita do Município de Oliveira de Azeméis que pela primeira vez vai reunir os filmes premiados nos principais festivais de cinema portugueses no último ano, numa competição de longas metragens entre a ficção e o documentário.

Os vencedores dos festivais de Avanca, Doclisboa, Fantasporto, Indielisboa e Leffest vão passar pelo ecrã de “O Cinema” entre 2 e 4 de outubro 2020.

O AZEMEIS Film Festival surge na cidade com uma marca histórica importante na área do cinema, impulsionada pela programação do Cine Teatro Caracas e mais tarde com a abertura de duas outras salas de cinema.

Resultado dessa marca foi constituído o Cineclube de Azeméis que teve um grande número de sócios e um forte desempenho nesta área. Entre a atividade desta coletividade, a produção de cinema de amadores teve uma fortíssima dinâmica e vários filmes foram premiados e exibidos em festivais nacionais e internacionais.

O AZEMÉIS Film Festival surge porque importa reiniciar o caminho que traga o cinema ao concelho, criando-se novos públicos e novas dinâmicas que levem ao envolvimento da comunidade nesta forte e dinâmica área cultural. Importa ainda assegurar a criação de condições mais estáveis e adequadas ao desenvolvimento de atividades de interesse municipal que salvaguardem e perpetuem a história e património cultural do município. 

Por esta primeira edição do festival de cinema irão passar filmes como “De los nombres de las cabras” de Silvia Navarro, Miguel G. Morales (Espanha), obra surpreendente que ganhou o “Indielisboa 2019”. Neste filme um arqueólogo viaja pelas cavernas das Ilhas Canárias procurando os restos mortais dos habitantes indígenas da ilha. Um filme ensaio sobre o complexo mapa de poder que constrói o discurso histórico.

Também em competição estará “Tommaso” um filme italiano do provocante e controverso realizador americano Abel Ferrara. Tendo estreado em Cannes, foi premiado no LEFFEST 2019. Este filme é protagonizado por Willem Dafoe, mas também pela esposa e filha do realizador.

Tendo ganho o Prémio do Público do último “Fantasporto 2020”, o filme “Por detrás da moeda” de Luís Moya foi brilhantemente rodado no Porto, com os músicos de rua da cidade, tendo emocionado a plateia do Rivoli. O filme foi aplaudido de pé e por largos momentos.

Do “Avanca 2019” será exibido o premiado “Eternal Winter” do realizador húngaro Attila Szász. 

Baseado em factos reais, este é o primeiro filme produzido sobre as 700.000 vítimas húngaras dos campos de trabalho soviéticos, em plena II Guerra Mundial. Marina Gera foi ainda distinguida com o International Emmy Award 2019 para melhor atriz.

“Santikhiri Sonata” do realizador tailandês Thunska Pansittivorakul foi o vencedor do “Doclisboa 2019”, uma obra sobre as memórias da governação do general Prem a partir dos anos 1980 na região do "Colina da Paz". Segundo o realizador “A ilusão e o orgulho inabalável no facto de o país nunca ter sido colonizado moldaram com sucesso o nosso nacionalismo cego”.

O AZEMÉIS Film Festival exibirá ainda em extra competição, outros filmes que foram exibidos e premiados noutros festivais de cinema portugueses, nomeadamente nas exibições para o público mais jovem.

O festival seguirá as recomendações da DGS - Direção Geral de Saúde.

terça-feira, 29 de setembro de 2020

“VIAGENS PELO ÉTER” NO TEATRO AVEIRENSE, UM LIVRO DEPOIS DO FILME

O livro “Viagens pelo Éter, um cinema após 2008” de António Costa Valente será apresentado esta terça feira dia 29 de setembro no Teatro Aveirense, conjuntamente com a exibição do filme “O Paraíso, Provavelmente” do realizador palestino Elia Suleiman, integrando o espaço “Os Filmes das Nossas Terças” 

“Viagens pelo Éter, um cinema após 2008”, é uma obra que percorre as publicações do blog do festival de  cinema de AVANCA, numa abordagem temporal e factual, permitindo seguir o percurso do festival e do seu cinema, com o ineditismo e singularidade que o têm caracterizado. 

Em três partes, pelo livro é possível espreitar os acontecimentos, mas também o que se foi passando nas vizinhanças do festival. Na última parte, a obra presta homenagem a alguns dos cineastas e amigos do evento, que, entretanto, nos deixaram.

No livro, lê-se “O cinema amplifica tudo nos retângulos das suas imagens e sons, mas é nos eventos que se amplificam ainda mais os rostos e mentes dos que escolheram viver os seus anos envoltos neste desígnio que o cinema tem reunido”.

A apresentação estará a cargo do Leonel Rosa, professor em Aveiro, especialista em cinema documental e que no passado foi diretor de várias edições do Festival de Cinema de Aveiro, que reunia as cinematografias dos países onde se fala a língua portuguesa.

Editado pela “debatEvolution”, este livro é da autoria de António Costa Valente, um dos fundadores do Cine Clube de Avanca. Tendo uma tese de doutoramento sobre cinema de animação cursada na Universidade de Aveiro, o seu percurso como académico tem passado pelas universidades públicas de Aveiro, Vila Real e Faro. No cinema, foi com Vítor Lopes e Carlos Silva, autor da primeira longa-metragem da animação portuguesa. Tendo produzido mais de uma centena de filmes, os mesmos ultrapassaram as três centenas de prémios em todos os continentes. Com uma presença constante nos movimentos associativos, atualmente é o responsável pelo espaço “Europa” na Federação Internacional de Cineclubes. 

Tem sido júri em diversos festivais de cinema, curiosamente em 2019 integrou o júri do Festival de Almati no Cazaquistão, que veio a distinguir o filme “O Paraíso, Provavelmente” com um Prémio Especial.

Este filme, a exibir conjuntamente com a apresentação do livro, tem a particularidade de ser uma abrangente coprodução, onde para além da Palestina, participam países como a França, o Qatar, a Alemanha, o Canadá e a Turquia. Elia Suleiman, enquanto realizador e protagonista do filme, explora nesta comédia de enganos a identidade, a nacionalidade e a pertença, no qual Suleiman coloca uma questão fundamental: onde nos podemos sentir “em casa”?  

A apresentação do livro e a exibição do filme são uma organização conjunta da Plano Obrigatório, do Teatro Aveirense e do Município de Aveiro, com o apoio do ICA, Ministério da Cultura.

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

FELLINI NO PORTO E EM AVEIRO


 “Federico Fellini, a inevitabilidade da arte” é um livro de Anabela Branco de Oliveira que participa na comemora do centenário de nascimento do cineasta, um autor genial e inesquecível.

Numa edição da editora “debatEvolution”, esta obra terá apresentação pública este sábado no Porto e posteriormente em Aveiro na terça-feira seguinte.

Promovido pelo Cineclube do Porto, na Casa das Artes, dia 12 de setembro pelas 16h30 o realizador e professor universitário Adriano Nazareth Jr. irá apresentar o livro na presença da autora, antecedendo a exibição do filme “Julieta dos Espíritos” que Fellini realizou em 1965.

Na terça-feira dia 15 de setembro, no Teatro Aveirense e numa organização conjunta com a Plano Obrigatório, será Eugénia Pereira, investigadora e professora da Universidade de Aveiro a fazer a apresentação do livro pelas 21h30. Na altura será exibido o filme “Fellini 8 ½” (1963). A autora estará igualmente presente.

Segundo Anabela Branco de Oliveira “Em Fellini a arte torna-se espaço, tempo e personagem. Através de planos e enquadramentos, torna-se a alavanca de um percurso narrativo. Corpos e rostos são pedaços anatómicos que, na construção do discurso fílmico, definem um percurso identitário e são inevitáveis na sua essência artística. No percurso cinematográfico de Federico Fellini, conquistam-se diálogos e fronteiras identitárias entre cinema e arquitetura: os espaços arquitetónicos são projetos e protagonistas, ao mesmo tempo, espaços de reflexão cinematográfica e de análise arquitetónica. Na inevitabilidade da arte, projeta-se a inexorabilidade da transgressão, um percurso inconsciente com e sem limites, sonhos acabados e por acabar, passagens sucessivas entre caos e cosmos. As criações de Fellini projetam a flexibilidade do objeto estético e a omnipotência da criação cinematográfica. Nele, a arte é espontânea, vital, carnal e intrínseca. E inevitável”.

Sendo Docente na UTAD – Universidade de Trás-os-montes e Alto Douro, Anabela Branco de Oliveira étambém  investigadora no Labcom. Doutorada em Literatura Comparada, orienta a sua investigação científica no âmbito dos estudos interartes, nomeadamente nas relações entre literatura e cinema, literatura e arquitetura e igualmente na cinematografia de Manoel de Oliveira, Jacques Tati, para além de Federico Fellini. Leciona vários seminários no âmbito da análise do discurso fílmico e das relações dialógicas entre o cinema e outras artes. Tem comunicações apresentadas em múltiplos colóquios, publicações em revistas nacionais e internacionais e conferências como convidada nas universidades de Paris III, Paris Ouest Nanterre La Défense, Utrecht, Varsóvia, Lublin e Gdansk. Tendo participado nos júris de diversos festivais de cinema, tem sido também júri dos concursos nacionais de apoio à cinematografia portuguesa do ICA (2014-2020). Em Vila Real tem dirigido o “RIOS – Festival Internacional de Cinema Documental e Transmedia”.

A editora “debatEvolution”, tendo-se especializado na edição de obras sobre artes e humanidades, com uma particular atenção ao cinema, editando várias obras de autores portugueses que abordam esta área.