quarta-feira, 23 de março de 2016

FILME DE MATOS BARBOSA EXIBIDO NA RTP2 NO DIA DE PÁSCOA

O filme A RIA, A ÁGUA E O HOMEM…, de Manuel Matos Barbosa, será emitido no domingo de Páscoa, dia 27 de março na RTP 2, sensivelmente pelas 18h45.
Este filme de animação, produzido pelo Cine-Clube de Avanca e Filmógrafo, foi anteriormente distinguido no Brasil, Bósnia Herzegovina, Canadá, Eslovénia, Grécia, Itália e em Portugal.
A Ria, a Água, o Homem…” teve a sua estreia no Festival de Cinema AVANCA, uma exibição especial no encerramento do Festival CINANIMA em Espinho e foi motivo para as homenagens que o Museu da Cidade de Aveiro e o Museu Regional de Oliveira de Azeméis prestaram ao cineasta Manuel Matos Barbosa.

“A ria, a água, o homem...” reinventa a Ria de Aveiro num inesperado desenho animado a preto e branco, inspirando-se e recriando as paisagens e as gentes de entre Ovar e Torreira, numa obra poética e documental. Com música de Debussy e desenhos de Matos Barbosa, os textos de Raul Brandão são ditos pela voz marcante do ator Joaquim de Almeida.
Matos Barbosa é autor de todos os desenhos que estão na origem do filme. Nascido em Oliveira de Azeméis em 1935, encontrou no desenho e no cinema a sua forma de expressão por excelência. Dirigente do cineclube local, assinou alguns dos filmes do cinema amador português mais premiados internacionalmente. Do documentário à animação, os seus filmes têm uma forte componente inspiradora da paisagem, das histórias e das gentes da Beira Litoral.

Esta obra cinematográfica foi produzida no estúdio de animação de Avanca com o apoio do ICA / Ministério da Cultura e RTP – Rádio e Televisão Portuguesa, entre outras entidades.

terça-feira, 22 de março de 2016

O ÚLTIMO DIA DE JAN NEMEC, UM REALIZADOR SINGULAR.

PASSOU PELO FESTIVAL DE AVANCA EM 1998

Jan Němec era um dos mais originais e talentosos realizadores da chamada New Wave da República Checa. Faleceu dia 18 de março em Praga com 79 anos, após uma prolongada doença.

Jan Němec foi convidado do Festival de Cinema AVANCA em 1998, tendo apresentado o seu filme “Nome de código: Rubi” e participado ativamente em diversas tertúlias.

Tendo-se estreado em 1964 com “Diamantes da Noite”, baseado numa história de Arnošt Lustig, este filme segue dois meninos judeus que escapam de um transporte durante o Holocausto. O seu segundo filme, “Relatório sobre a festa e os convidados” (“O slavnosti a hostech”, 1966), eleito o melhor filme do ano pela “Film and Filming Magazine”, trouxe-lhe a proibição de trabalho em cinema. A proibição tornou-se total em 1968, depois de ter contrabandeado para o Ocidente a filmagem de tanques soviéticos nas ruas de Praga.

Jan Němec deixou a Checoslováquia em 1974 e passou a viver pela Europa e EUA. Após a queda do comunismo em 1989, voltou para a República Checa e começou a trabalhar novamente. Em 2002, foi distinguido pela sua carreira, com o Prêmio de Estado dada pelo presidente Václav Havel.
Também a festival de Karlovy Vary o distinguiu em 2006 pela sua excecional carreira e contribuição para a mundo do cinema.

Em 1997 realizaria “Nome de código: Rubi” (“Jmeno kodu: Rubin”), seleccionado para a competição do Festival AVANCA 98.
Esta controversa longa-metragem combina documentário, imagens de arquivo e ficção numa narrativa elíptica em que dois jovens em Praga, num antigo sítio para a prática da alquimia, seguem o místico trilho da pedra filosofal. Obra brilhante e futurista, plena de saltos fantasiosos da imaginação que interroga o passado e como isso influência a liberdade e responsabilidade pessoal e individual.

Jan Němec estava a trabalhar num novo filme, uma comédia autobiográfica “The Wolf from Royal Wineyard”, onde a ator Jiří Mádl interpretaria o jovem Němec.

O Festival de Cinema AVANCA 2016 associa-se assim ao pesar que este desaparecimento trás ao cinema Checo e Europeu.