FILME “ÁFRICA ABENÇOADA” EM
ESTREIA MUNDIAL NO CINE-TEATRO DE ESTARREJA
É a primeira exibição de um novo
documentário co-produzido por Portugal e Guiné-Bissau.
“África Abençoada” realizada por
Aminata Enbaló, foi produzido pelo Cine-Clube de Avanca, Filmógrafo
(Portugal) e Água Triangular (Guiné-Bissau), depois de uma rodagem
que atravessou a Guiné-Bissau, o Senegal, a Gâmbia e chegou à
Mauritânia.
Com início marcado para as 21.30h da
próxima quinta-feira dia 30, pelas 21.30h, no Cine-Teatro de
Estarreja e ao longo de uma hora, numa sessão cuja abertura fica
marcada pela exibição de “Só” (curta-metragem de animação
assinada por Nuno Fragata), será exibido “África Abençoada”.
Na sua bicicleta, repetidamente ao
longo de 4 anos, Quintino Na Pana percorreu cerca de 1000
quilómetros, atravessando 4 países para apelar à paz no seu
continente africano.
Ciclista, guineense de 29 anos, pai de
cinco filhos, professor de educação física no ensino secundário e
estudante na faculdade, Quintino tenta viver entre os sucessivos e
longos atrasos do ordenado e o sonho e desejo de paz, pedalando em
nome de uma sociedade africana mais justa e equilibrada.
Quintino Na Pana é de uma geração de
jovens guineenses pós independência sem memórias da presença
colonial portuguesa e da guerra colonial. Uma geração que cresceu
assistindo à degradação do país, quer ao nível do Estado, quer
ao nível do património sócio cultural e das infraestruturas.
Geração que presencia e participa nos
fluxos migratórios de zonas rurais para a capital, Bissau, que
provocou uma exponencial e desordenada construção de bairros de
lata, acentuada com a guerra civil de 1998/99. Como Quintino muitos
são os jovens que sofrem hoje de um sistema educativo deficitário e
de uma elevada taxa de desemprego. Ainda que o sonho da geração
Amílcar Cabral tenha desvanecido, a verdade é que hoje muitos
destes jovens alimentam um sonho de uma vida melhor e de uma país
estável sem conflitos ou instabilidade política.
“África Abençoada” é mais do que
uma viagem por quatro país africanos, é sobretudo uma viagem pela
precariedade em que têm vivido os jovens adultos guineenses.
Realizado por Aminata Embaló, numa
autoria conjunta com Monica Musoni, este filme reuniu uma equipa
conjunta de portugueses e guineenses.
António Bento, Mamadú Sello, Nené e
António Valente percorreram todo o percurso do filme, onde a
produção executiva esteve a cargo de Aliu Nhamajo, Carlos Lobo,
Catarina Almeida, Joaquim Baldé, João Serras Pereira e Júlia
Rocha.
Com montagem de Carlos Silva, som e
música de Fernando Augusto Rocha, a equipa técnica foi ainda
completada por Álvaro Marques, António Fonseca, António Osório,
Cláudia Ferreira, Eunice Castro, Hamilton Trindade, Rita Capucho e
Sérgio Reis.
Paulo Rebocho e António Costa Valente
produziram, com o apoio da RTP, da SEC/ICA – Instituto do Cinema e
do Audiovisual, do Governo da Guiné-Bissau e das Embaixadas de ambos
os países.
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