sábado, 27 de outubro de 2018

“O HOMEM QUE MORREU 4 VEZES” É APRESENTADO NA MURTOSA

O ator Thomaz Vieira, que tendo participado no primeiro filme de ficção do cinema português “Os Crimes do Diogo Alves” (1ª versão inacabada, 1908), viveu 101 anos entre o teatro e o cinema.
Ator maior dos nossos palcos, a sua autobiografia acaba de ser reeditada e terá apresentação pública este sábado na terra que o viu nascer – Murtosa.

Será neste sábado dia 27 de outubro, pelas 16h, no Auditório da Oficina de Artes, que António Abreu Freire fará a apresentação deste livro. Responsável pela recuperação e reedição da obra, Abreu Freire escreve que esta reedição “...permitirá  que as gerações presentes e vindouras não esqueçam aqueles que contribuíram pela sua ação, pela coragem e ousadia com que enfrentaram a vida e o destino, para a construção do nosso património cultural”.

Com o título “O homem que morreu 4 vezes” e com o subtítulo “Memórias de um actor do século passado”, esta obra com 558 páginas, foi impressa originalmente em Viseu, no ano de 1967, sendo esta reedição uma oportunidade para divulgar uma obra de que até hoje chegaram muito poucos exemplares.

A apresentação contará com a actuação dos repentistas brasileiros Geraldo Amâncio e Guilherme Nobre.

Thomaz Vieira nasceu na freguesia de Pardelhas, Concelho da Murtosa em 24 de junho de 1878. Apaixonado por teatro desde criança, deu os primeiros passos num palco com 17 anos, no Clube da Serra do Pilar em Gaia, tendo-se estreado como profissional em 1 de dezembro de 1896 na Academia Bracarense. Com diversas companhias de teatro percorreu quase todo o espaço de língua portuguesa, do Brasil a Moçambique, durante 32 anos. Cruzando o oceano dezenas de vezes. Deu o seu último espectáculo num palco de teatro no dia 16 de setembro de 1928, aos 50 anos.

Tinha 53 anos quando iniciou então uma nova actividade artística com a exibição de cinema ambulante, sobretudo em Moçambique, que manteve por mais de 35 anos (1931-1966).
Cessou esta atividade aos 88 anos quando já decorria a guerra colonial. Ainda assumiu a direção do teatro radiofónico no Rádio Clube de Moçambique.
Por quatro vezes anunciaram a sua morte, mas viria a viver 101 anos, tendo tempo para escrever a história da sua vida, que é também uma história do teatro em Portugal nas primeiras décadas do século XX.
Por ocasião dos seus 100 anos foi condecorado pelo presidente Ramalho Eanes, tendo vindo a falecer a 12 de agosto de 1979.

A nova edição do livro é da editora “debatevolution” e do Cine Clube de Avanca.

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